sábado, 4 de novembro de 2017

Tempo de Inocência


Havia um tempo de tanta inocência
Inocência que queria preservar
Que acreditava que o amor acontecia sem jogar
Que bastava um encontro e nada mais para eternizar um olhar
Acreditava que a vida era fácil e que só era preciso um sonho
Um piscar de olhos e pronto, tudo voltava para o lugar
Pensava que a dor era desvio de estrada e nunca a lição
Chorava para que as lagrimas rumassem para o sorriso e clamava para que elas fossem só redenção...
Perdão! Só percebi quando não eram mais rios na face e os arredores, oceano.
Preservava ainda algo da criança que se encantava mesmo sem entender o mundo, só para dizer que no fim, tudo se acertava. E na pior das hipóteses, criaria meu próprio mundo, pois achava que sozinho ele funcionava.
Não sei onde a perdi ou se me perdi com ela. Não sei se nesse universo ou nos tantos versos que desenhei...
Nosso encontro ainda existe mas não sei mais se é terra ou ar. A inocência me acena sagrada e eu a abraço profano.
Ela diz que tudo está certo e eu afirmo errando. Ela é o firmamento que eu olho enquanto escalo o abismo.
Porque o que quero dela, ela não pode e o que posso, ela não quer.
Mas ainda vive em mim aquela criança ou como adulto não cresci? Porque se em mim mora esperança de fato dela nunca me despedi.
Enquanto falava, percebi que as palavras não eram minhas, mas que não há tempo para inocência, ela sempre foi o tempo. Se eu a perder de fato, não foi por causa da vida, mas porque morri.

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