sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Fênix


Despida com asas em chamas
Despedida que narra o arder da flama

Como rompe o ninho
Corrompe o caminho

Que ascende ao céu da própria sorte
E se rende ao véu da morte

Nas cinzas que pelo espaço derrama
Precintas desfeitas dos laços que tudo ama

E da inexistência que semeia e ressurge
Da consciência que gorjeia e urge

Da decrepitude que padece
À juventude que se restabelece

Afeita, livre voa
Refeita o timbre ressoa

Até desaparecer no ar por uma fenda
E escrever em seu queimar a sua lenda

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Viagem


Com todos viajando
E ganhando o mundo
Vou para baixo do edredom
Me perder em um sono profundo

Talvez na Hungria, não vá lá
E nem conheça Havana
Mas chegue em Shangri-la,
Ou me reconheça no Nirvana

Embora passos sem chegada
Ou não cruzar o Atlântico
Vou me embora à Pasárgada
E imergirei junto a Atlântida

Talvez não veja Versailles
Ou o país de Gales
Mas respire só e simplesmente
Os jardins da Babilônia

Talvez não faça trilha no Morro do teleférico
Nem escute Sax no Tennessee
Mas tenha um deslumbre feérico
Dos mouros, saxões ou da história em si

Enquanto culturas são vistas
Me visto de culturas
E quando todos julgarem seu juízo
Talvez, finalmente, eu padeça no paraíso

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O que será?


Como superamos a falta do que não vivemos?

A saudade de uma imaginação
Uma fantasia tão profunda
Que nos arrebata e muda a gravidade
Ao ponto da dor ser real?
De nos perdermos na própria divagação
Tentando encontrar o sentido ou a falta dele
Uma espera dentro da espera
De buscarmos no mundo esta parte
E em cada olhar procurar uma resposta 
Sendo que está tudo ali, guardado dentro de nós
Tão impenetrável ao exterior
Sorrimos sem conseguir disfarçar
Choramos como se pudéssemos mergulhar
Nesta alma que habita e é o que somos
E que quebra nosso silêncio
Ofertando um sonho

Frase: Vida e Morte


"Vivo a arte e ela vive por mim, mas se eu morrer antes dela, que ela não morra sem mim" 

(Des)encontro


A porta do vagão do metrô se abriu
E no encontro da multidão que saia com a que entrava
Eles se esbarraram, coraram e por um segundo se fixaram
Pareceu uma eternidade, pois delinearam uma história de amor juntos
As aventuras, as festas, o casamento, os filhos,...
Em um piscar de olhos, simplesmente arrastados, desapareceram um do outro
Ainda olharam para trás, mas seus sonhos seguiram viagem

Imaginação (Imagem e Ação)


O lápis ccccoooooorrrreeee

O grafite di...ss...ol...ve....

Em linhas -----------que aparecem
No papel em branco (        ) que perece

Define a [forma] do ° º º{pensamento} que procura, cura e provoca
A ?dúvida? que resolve e a resposta que evoca 

Em um <espaço> e ' " tempo ' "
O pRoGrEsSo de um |momento|

Na ~~~~infinita~~~~~!!!inspiração!!!
Que dura a 8eternidade8 da cri+ação

Estranha solidão


Me sinto preso nela
Quase não vejo janela
Não pela ausência de pessoas
Pela carência ou peso que soa

Mas minha (in)capacidade 
(Ou seria opacidade?)
Dificuldade de auto-aceitação
Na igualdade ou diferença da ação

De uma voz que cala
Quando a alma fala
De uma lagrima que grita
Quando a palavra rima

No querer um aperto de mão
Sem saber lidar com o não
De amar o mundo
Num alarmar profundo

Que querendo tudo, se isola
Num rogar despretensioso para ver se cola
Um olhar externo que desnude 
Ao provocar o pensamento interno que mude

Que deixe de esperar
Que me obrigue a parar
Saindo deste ciclo
De imaginar que reciclo

E me torno um novo ser
Transformo esse estranho viver
Numa arte agora compartilhada
De uma parte outrora trilhada

Adaptações



Aquela porta empenada que escoramos com o joelho para que abra, o cartão magnético que assopramos para resolver um problema de leitura....À situações extremadas como viver em um deserto ou uma geleira...O ser humano tem extrema facilidade de se adaptar em situações práticas, mas porque é tão difícil fazê-lo com as questões emocionais?
Mal tolera os pequenos detalhes alheios, fazendo de um pequeno incômodo, uma verdadeira ojeriza.
E nisso inicia uma odisséia de caça a tudo que reflete tal ideia.
Como uma intolerância a qualquer idiossincrasia que não seja a sua própria. E por mais que se esforce, com dificuldade se adapta e aceita. As vezes, omite e disfarça, mas sem com isso deixar de se violentar...Sentimento que um fio com mal contato não provoca...Talvez, o problema esteja justamente no contato...
Afinal, objetos e situações inanimadas são incapazes de nos fazer perceber a nós mesmos. Não reagem ou questionam, são isentas e imunes à nossa presença.

A nudez


"A vergonha nasceu da "maça do conhecimento"
As dúvidas vestiram a certeza
A razão velou a emoção
O espírito se cobriu de matéria
Como a concha, que guarda dentro de si, a pérola da existência
O corpo é a última camada antes da alma
(E por isso, algumas vezes, se confunde com a mesma)
A remoção das fantasias e máscaras sociais que o ocultam
Expõe a parte mais íntima de nossa natureza
A nudez é nossa desproteção. A abertura da segurança de nossa casa (morada)
Nela estamos transparentes e imperfeitos
Cujo valor do que se vê é atribuído pelo que somos
Despir não é um ato aparente ou exterior
Mas uma desconstrução do interior que se revela
E quanto mais "trajado" o olhar
Mais superficial a capacidade de perceber e vê-la 
Como juiz que vê espelhado a sua própria sentença
Sagrado, profano, puro, impuro, pudor ou despudor 
A pele segreda as impressões e reflete em expressões
Guardando nos detalhes, a origem da própria criação" 

Falta de Inspiração


Por onde andava minha inspiração?
Sem ela pensava que não mais tivesse ação

Uma tela branca e quase vazia
Singela, manca de fantasia

Palavras entrecortadas
De uma mente prostrada

Notas dissonantes
Embalos errantes

Uma ilha de criação
Buscando uma trilha de salvação

Na ânsia e vício da arte
Cobrança e suplício por uma parte

Que represente o momento
Apresente o pensamento

E me redefina
Como a música que afina

Julgo atroz o que tira a calma
Conjuro a voz que mira a alma

E desperta a latência
Reaberta a consciência

Que redescobre o cais do mundo
E desdobre o imo mais profundo

Teoria da Relatividade


E=mc2
Escrever = Motivação x (Criatividade)2

Exemplos práticos:

Energia de um beijo = Massa de dois corpos x (aceleração dos batimentos cardíacos) 2

Energia da dor = Movimento para sair dela x (compreensão sobre o que se passa) 2 

Frase: Procurar


Porque insistimos em procurar quem não deseja ser encontrado?