sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A casinha


Sempre quando viajo, me pego olhando pelas estradas aquelas casinhas isoladas de tudo, perdidas no meio do nada de uma natureza deslumbrante. Fico pensando como deve ser viver ali. Esquecido no tempo e no espaço. Um misto de sentimentos me invade. Primeiro, uma liberdade de todo esse consumo desenfreado, excesso de informação e necessidades imaginárias que as cidades grandes nos fazem crer essenciais. Porém, há anos imerso nessa cultura, logo sou acometido de um receio: o isolamento. Talvez seja a sensação de alguém que enxerga e perde a visão. Redefinir em si qual o valor do que vemos. Esquecer certas comodidades ou adaptar outras. Não é fácil aprender a ver diferente. Embora acredito que deva ser uma experiência transformadora. Poucos sabem, mas vivi em uma comunidade sustentável por 15 dias, sem celular, televisão ou qualquer meio que me remetesse a atualidade. Foi bom por um tempo, desesperador em outro, quando percebi ser dependente da urbanidade e do direito enlouquecedor de ir e vir com pressa.
Acho que realmente o ser humano é contraditório. O ideal seria podermos alternar entre uma vida simples e outra urbana. Metade do tempo nos desintoxicando e a outra metade, reunindo informações e evoluindo, mas como nem tudo é perfeito....Sempre quando estou na estrada e vejo aquele casinha...

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