terça-feira, 2 de junho de 2015

O sentimento da leitura




O sentimento é inerente as pessoas. Assim como a água, ainda que mude seu estado, nunca perde a sua natureza. É possível sentir até mesmo sem vivenciar. Porque todos os sentimentos são natos, aguardando oportunidades para se manifestarem. Quanto maior a empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, maior a sensibilidade de viver intensamente todas as emoções. 

Popularmente, diante de uma mágoa, é comum escutarmos: "Não quero amar mais ninguém". Como se pudéssemos determinar o que sentimos. Racionalmente negamos, mas o sentimento é sempre uma afirmação e involuntário. E a única forma de mudarmos um sentimento é dando abertura a outro sentimento. Podemos até represar o que sentimos, sofrendo internamente a força da emoção negada, mas é impossível secar uma nascente contínua e infinita.

Somos um universo complexo. Trazemos dentro de nós, milhares de personalidades que coexistem e se manifestam de acordo com cada situação. E é por isso que um livro ou uma leitura tem o poder de transportar quem lê e mesmo quem escreve para realidades inimagináveis, produzindo alegrias, tristezas, afinidades e antagonismos.

O livro é uma entrega voluntária. Nos permitimos e nos submetemos as experiências ali relatadas. Enquanto lemos, a fantasia converte-se em realidade. A abstração dá lugar ao concreto e nesse processo, sentimos. Não há controle racional sobre as ações, logo a emoção é que domina como passaremos pela situação ali determinada.

Transforme este exercício literário em um processo meditativo e prático. Não negando as emoções e se permitindo viver o que sente. Fazendo dos sentimentos, um reencontro consigo mesmo(a) e deste reencontro, uma nova forma de manifestar quem é.

Leia a situação que vive e viva tudo aquilo que ler.