quarta-feira, 8 de abril de 2020

Extremos

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Nunca estive no meio. E embora gostasse das pontes que ligam os extremos, vivi de um lado para o outro. Movimento pendular ou seria perambular? Nunca gostei de ficar parado.
Não sou bipolar, mas devia estar na fila para ser e como sou distraído, tropecei e nasci “normal”, mas com a emoção polarizada.
Vivo plenamente uma fantasia e sofro com a mesma intensidade a realidade. Amei, muitas vezes, sozinho a ponto de me preencher com meu próprio amor. Mas já estive acompanhado, me sentindo sozinho.
Tive deslumbres do paraíso e revelações quase celestiais,
mas trafeguei pela escuridão e conheci as dores que afligem quem passa por ela.
Já me achei, já me perdi. Já me parti e me costurei. Já fui tudo e o nada. E no meio? Só a sensibilidade tentando se equilibrar para evitar um naufrágio.
Anjos tem duas asas por simbolizar de um lado: o amor e do outro o conhecimento.E se mesmo a figura de uma perfeição tem dois lados, como posso caber em apenas um, sendo tão imperfeito?
Gosto dos extremos, mas não sou extremista. Não importa em que lado esteja, meus olhos sempre procuram o centro. E ainda que eu não consiga alcança-lo, ele sempre me mostra para onde devo ir.
Ironia que no centro do meu nome esteja a "Paz", mas me ajuda a lembrar a nunca esquecer o caminho.

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