quarta-feira, 8 de abril de 2020

Lua


A imagem pode conter: céu, nuvem, oceano e atividades ao ar livre
Admirar a lua não é incomum. Mas em alguns, sua influência costuma ser mais forte que em outros. Beethoven e Chopin compuseram sonatas para o luar. Van Gogh celebrou o “céu estrelado” em uma tela. Shakespeare imortalizou o encontro apaixonado entre Romeu e Julieta em uma noite enluarada. Antigos rituais profanos e religiosos tinham a Lua como testemunha. Porque? Se a lua afeta as marés e pessoas emocionais são puramente água, logo a lua influencia diretamente a sensibilidade. Quem assim sente não sabe dizer o que sente. Tenta justificar momentos noturnos de melancolia ou profundas reflexões como algo pessoal. Quando coincidentemente suas mudanças seguem o mesmo ritmo dos ciclos da lua: minguante (fim dos ciclos), crescente (inspiração e cultivo), cheia (plenitude e emoções a flor da pele), nova (recomeço). A Antiguidade sempre olhou o céu para entender a Terra. A modernidade tampou o céu apegados a Terra. O fato de não ver, não anula a existência. Sentimento é a única antena capaz de captar esse mundo que não vemos. Mas se você se perde olhando para a Lua e nunca entendeu o porquê, esteja certo que ela também olha de volta. A Lua é o olhar sagrado na fechadura da noite.

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