terça-feira, 26 de maio de 2020

Can-sei


A imagem pode conter: grama e atividades ao ar livre
Depois de andar tanto, em algum momento, você para e respira.
Não entra mais em ruas sem saída ou histórias mal contadas.
Prefere deixar ir o que nunca veio para ficar.
E estranhamente, fica bem assim. Para de dizer para si mesmo que sofrer é um bem.
Aceita a imperfeição do momento e a liberdade de ser irregular.
Para de se justificar ou procurar desculpas.
E quem não estiver de acordo? É gentileza que abra a porta para sair.
A repetição cansa e para descansar só mudando o jeito, o lugar...
Desapegar de quem tem sido não é fácil, mas ainda mais difícil é insistir na disfunção de ser o que não atende.
Não há mais tempo para perder. Você não quer mais ser achado, porque só você precisa saber onde está.
Cansei de tentar não desistir ou da insistência de que erro é fracasso. Não se importar com o resultado é sucesso.
Cansei desse discurso de ser forte, você não julga uma flor pela sua fraqueza!
Felicidade eterna? Me contento com a eternidade dos momentos. Eles duram! Já a felicidade ou tristeza? Sempre passam.
Cansei dos palcos, de ser protagonista e decorar minhas falas! Vou sentar na platéia para rir, chorar e me permitir sentir ao lado (de dentro).
Quero evitar o cansaço de dizer para mim mesmo que não estou cansado.
Deitar no chão sem esforço e mesmo que não faça sentido, enquanto todos caminham, sentir o sol.

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