quinta-feira, 9 de julho de 2015

A fantasia das mutações


O romantismo que ferido se vestiu de amargura
A doença cuja dureza despiu a sensibilidade
A fé inocente que diante da perda se cobriu de ceticismo
Um momento importante, no qual a desvalorização, cristalizou a indiferença
A inconformação ou a absolvição travestida de radicalismo ou fanatismo
A timidez que mascarou a intensidade de um sedutor ou a ironia
O cômico que esconde em piadas as suas dores reais
O agressor cuja violência silencia a própria fragilidade
A aura religiosa que omite as imperfeições humanas
A acidez do preconceito formado pela incompreensão íntima

No medo de perder a pureza do que se sente
De defender as poucas certezas construídas
Ocultamos a própria natureza
Como uma pérola em uma concha

Revelar seu brilho ou resguardá-lo
Aceitar ou negar as emoções
Se entregar ou evitar as ações
Não são condições, mas antes, opções