quinta-feira, 16 de julho de 2015

O enigma da Timidez


Dentro da timidez há uma grande insensatez
De uma voz que não fala um pensamento que não cala
De uma pele tensa que guarda uma alma intensa
Da habilidade de conviver com a dualidade
De um sagrado quase profano, de um rock em tom soprano
De uma aparência passiva, que permeia uma latência lasciva
De um ardor em chamas, de um clamor que tudo ama
De ver o que não toca e de tocar o que não vê
Da distância quase próxima, da inconstância quase pródiga
De sentir, omitir e não ir além de tudo aquilo que acha aquém
Na busca que se entrega, na faísca que não nega
De corar em um disfarce, o decorar de cada face
Da distração atenta que tenta a atração
Dos detalhes imperceptiveis em encaixes sensíveis
De criar seus versos do mundo e se embriagar de seu universo profundo