terça-feira, 13 de junho de 2017

A insatisfação



A insatisfação humana nasceu para nos fazer sair de onde estamos. Especialmente, fazer-nos descobrir o mundo dentro e fora de nós. Mas o que deveria ser um alerta, assumiu o controle. A insatisfação que deveria apenas sinalizar ou até mesmo motivar uma mudança, gerou uma ânsia compulsiva para reclamar e se ancorar em um lugar comum: a zona de conforto. A desconfortável sensação que deveria ser um convite e empurrão, se tornou a experiência que deve ser evitada. Negando também, tudo que poderia vir junto e que nem nos permitimos vivenciar."Quero isso, mas isso é assim e assado, deixa para lá". "Não estou bem aqui, mas como não sei o que tem lá, aqui é melhor" 
Acabamos em um "looping"(espiral) infinito: "se não for exatamente como imaginei não quero e assim", nos distanciando de viver o que queríamos. Reclamando por não ter o que poderia ter tido se a insatisfação não tivesse afastado.
Retomar a origem da insatisfação, não é um caminho fácil, após uma estrada sinuosa e esburacada. Insatisfação é o negativo de satisfação (Satis-suficiente + facere-fazer do modo desejado), logo é a "insuficiência de não fazer do modo desejado" e se o modo não é desejado, deveríamos mudá-lo. As coisas não se fazem sozinhas. E se não é suficiente, deveríamos buscar o que falta e não aguardar que o que falta se complete sozinho.
Insatisfação não é movimento passivo, é ativo e essa é a aparente contradição.
Insatisfação exige uma nova ação! Sem movimento, tudo que conseguimos é uma insatisfação pela própria insatisfação.

Um comentário: