sábado, 14 de outubro de 2017

Distorções cognitivas



Não sei ser céu, sem o abismo. Olhar para o alto, sem esquecer o chão. Não consigo ser sol sem lua. Um eclipse onde toda noite é horário de verão. Aponto em toda direção como bússola desnorteada.
Me perco nos detalhes, nas peças que não se juntam. Não consigo pensar no inteiro que existe sem metades. Não importa o contexto, cada parte é história própria. Coloco o ponto, antes de escrever a frase.
Concluo o que não entendo. Entendo o que não concluo. Porque parte de mim responde o que nunca perguntei e parte de mim é pergunta sobre o que não sei responder.
Generalizo tudo. Não pela igualdade do mundo, mas pela desigualdade que faz ele igual! Dedos são diferentes, mas ainda fazem parte da mesma mão.
E ai, o pessimismo...não é por descrença! Acredito muito: que não vai dar certo! Mas justamente para que aconteça o que não espero e reconheça no erro, o melhor acerto de um final!
Nessa ansiedade louca de antecipar destinos, como se pudesse pular o caminho. Penso saber onde chegar, mas mal conheço a estrada. A alma se adianta e vai sozinha, o corpo fica esperando ela voltar.
Minha emoção se diz heroína (e é uma droga mesmo) e salvadora, minha razão é vilã e destruidora. Fazem da minha cabeça arena e eu no meio juiz, tentando separá-las até que em uma distração, elas comecem a se beijar.
Porque sou conteúdo em um frasco que tento rotular. Mas não me enquadro nas especificações da Anvisa. Minha composição não tem contra indicação, nem deve ser usada em doses moderadas. Sou o produto, sem preço, na prateleira do mercado.
Sou escravo das hipóteses entre o que deveria fazer e o se tivesse feito. Acabo por não fazer o que deveria e viver da teoria de quem tenta pelo resultado chegar ao x da equação.
Porque estou no centro do meu mundo, que não liga para quem é o centro! Digo ser causa, mas sou consequência! Quero liderar nem que seja no pior, que acredito ser o melhor, que posso dar.
Mas o que vão pensar sobre mim? Digo não me importar, mas interfere em como me porto! Melhor previnir o que acham, mas se sou eu que acho.. acho que sou minha própria prevenção.
Chega! É uma catástrofe! Como algo tão errado pode dar certo?? Mas digo: deu certo! Pois mesmo sem convicção e andando na contramão, mesmo por descrença ou distorção, cruzei a linha de chegada. E o troféu? Libertação!

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