segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Textos reeditados

O mistério dos vulcões (Fernando Paz)

Como um vulcão, silencioso e solitário
Misterioso e reservado
Aparente passividade
Oculta intensa atividade
Morada de deuses e demônios
Reduto de seres fictícios
Na fumaça que exala
A sensibilidade que revela
No intimo pulsa a vitalidade
Como do imo expulsa habilidades
Que fervilham a sua criação
Derrama a lava de sua ação
Poucos nele desbravam aventura
Onde alguns encontravam ventura
Na descoberta de sua intensidade
Logo aberta na privacidade
Há terror na sua erupção
Pelo clamor de tanta paixão
Cujo magma em lágrimas inunda
Fecunda o solo
Em nova rima
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Amor imaginário (Fernando Paz)

Sentado na janela, estendo as mãos na direção da lua, imaginando que onde estiver, também erguerá as mãos a ela e nossos dedos, ainda anônimos, se encontrarão nos sonhos.
Nessa espera indeterminada que nos faz enfrentar os desafios, acreditando que tudo terminará em um abraço imortal.
Seu nome, seu rosto, suas atividades, seus medos e realizações, desconheço até o presente momento, no entanto, sinto seu carinho em cada brisa, seu calor em cada raio de sol e suas lágrimas em cada chuva. Na natureza encontro sua emoção.
Como crianças que colorem sua solidão com amigos imaginários, minha alma brinca com a imagem da nossa futura comunhão.
Percorro cada rosto, esperando que nossos olhos se encontrem na multidão e a minha multiplicidade se integre a sua individualidade, fazendo enfim de nossas duas notas, uma mesma canção.
Mesmo que essa carta não encontre destinatário, escrevo para que essas palavras não morram em mim e ainda que eu morra sem suas palavras, o amor sobreviva.

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