segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Original?


Nas redes sociais, as coisas não são boas pelo que elas são, mas pelo que elas aparentam ser.

Logo, não basta um poema digno de uma Clarice qualquer, alguém dirá que é da Lispector, ainda que a mesma só se expressasse por prosa!
Erros gramaticais e linguagem informal? O que importa se quem assina é Shakespeare?
Reflexão cotidiana? Não, é um provérbio persa!
Autores vivos sendo mortos, enquanto os mortos são ressuscitados em estilos que nunca usaram.
Citações fora de contexto e tempo. O marketing da desinformação compartilhada.
Quem se importa com a verdade se parece belo? E beleza é popular.
Ainda que não conheça uma mentira “feia”, pois não convenceria ninguém.
Fake? Não!
Fei-ke dói.

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