quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Re-des-conhecer


Curiosa é a vida que nos leva a conhecer, reconhecer e desconhecer pessoas.
O conhecer é toda conversa que começa sorrateira, meio sem jeito, até que sem perceber, não lembra mais como era sua vida sem tal existência. E felicita-se quando está perto, até mesmo com o silêncio,
porque algumas vezes, ele basta para tornar alguém presente.
O reconhecer vai além! Passa a ver uma parte de si mesmo na outra pessoa. Uma identificação além de afinidades, que faz com que os segundos pareçam eternos. Se no conhecer não se se lembrava como era a vida sem, no reconhecer tem certeza, que só é possível existir outra vida para explicar uma proximidade que supera o próprio conhecimento.
O desconhecer é sempre uma fatalidade. Um desencontro de caminhos ou direções. Quando mudanças transformam aquele inconfundível sorriso em mais um na multidão. Se no conhecer e reconhecer, destacamos a agulha do palheiro, no desconhecer tudo é palha! É uma perda de interesse que constrange a própria proximidade. Como se soubesse as particularidades de um estranho: "Eu sei que você sabe, mas não podemos evitar".
Creio que conhecer seja sempre uma ânsia comum. Reconhecer é algo mais raro, pois exige um aprofundamento, cujo risco, nem todos
estão dispostos a correr. Já desconhecer é sempre o mais simples, ainda que, eventualmente, não seja um processo fácil de lidar.
Aproveite cada oportunidade que a vida lhe dá! Cada pessoa que traz para seu caminho, uma forma única de olhar! Não tente compará-la
a ninguém (semelhanças nunca serão igualdade) e nem queira forjar suas características a um molde ideal ou narcísico (há quem busque um espelho), antes aprenda com as diferenças. E se apesar de tudo, precisar lidar com a separação, aceite que extraiu tudo que poderia e recebeu o máximo que este alguém poderia lhe dar. Não se aprisione em uma imagem cristalizada da pessoa que esperava que fosse (e efetivamente nunca foi).
Seguimos mudando e nos transformando pelo caminho. Nem todos serão capazes de acompanhar nossos vôos ou nós mesmos, de sempre acompanhar o voo de alguém.
Não se preocupe com isso, nem com o amanhã... a beleza da vida está no caminho e no processo que leva a ele... O fim é sempre uma consequência, não a causa.