domingo, 17 de fevereiro de 2019

Desvio


É estranho ser viagem
E nunca estadia
Ser desvio na estrada
Chegar em vidas
E no outro dia, ser partida
Apegar para aprender a deixar ir
Ver os diálogos silenciarem
As presenças rarearem
A companhia espaçar
Até não poder mais dar um passo
Desconhecer conhecidos
Não mais ser seguido
(Nem em lembrança)
Ser útil como mala
Que carrega até chegar em casa
E depois, guarda
Em um armário empoeirado
Até que eu fique em dúvida
Se de fato, algum dia, existi
Ou fui mera conveniência
Insistência estranha de quem tenta
Um nó em uma corda que sempre
arrebenta
Mesmo que o resultado seja
Acabar só e partido

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