sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Per-doem

Que os meus excessos sejam perdoados
É difícil guardá-los dentro de mim
E ainda que eles me exponham
Também me tiram do silêncio
Quando gritam não é EGO
Mas eco interno que ressoa
Suor de palavras ditas na beirada de um abismo
Eu também fico abismado
Com o que revelo
E com a consequência
De não ser relevado
Quando só buscava elo
Aceitação diante da estranheza despida
Mas sobram dedos apontados
Ainda que meu lápis já não tenha ponta
E o grafite esteja todo espalhado
Como o meu sangue no papel jorrado
Na tentativa de afago, quase me afogo
No meu próprio fogo
Não sei conversar
E por isso, verso
Aceitem minhas desculpas
Não me explico por culpa
Mas pela intensidade
Que me leva a responder
Mesmo sem ninguém ter perguntado
Que me faz sentir
Mesmo sem ter vivido
E que mesmo vivendo
As vezes, me mata
Só restando (p)arte de mim

Nenhum comentário:

Postar um comentário