domingo, 20 de novembro de 2016

E se...


Comumente escutamos e repetimos como um mantra, a expressão: "E se...". E se ele(a) não me ligar? E se eu perder o emprego? E se eu ficar sozinho? E se não conseguir fazer?

"E se..." é a hipótese que construímos e que antes de nos trazer uma solução, gera outras questões e ,consequentemente, novas ansiedades. Em um ciclo, quase infinito, que repetimos incessantemente a ponto da pergunta virar uma auto-afirmação.
Nessa transformação de interrogação a exclamação, nos perdemos em um labirinto de difícil solução.

Essa espontânea vontade de controlar as situações e a modelarmos, desacredita a nossa real capacidade de resolvê-las, conforme elas surjam. Não raro, todo este planejamento é mal sucedido, porque emprestamos a nossa própria angulação (incluindo nossos
medos e fragilidades).

Nisso, frente a outras variáveis: como pessoas diferentes de nós, oportunidades não ponderadas, continuidade do evento sem a nossa participação ... Tudo diverge do que foi imaginado, ou mesmo, como todo processo, assume por si mesmo a direção e se desenvolve e metamorfoseia ao longo do tempo.

Dizem popularmente: Que as respostas estão na própria pergunta.. Mas como conhecer a pergunta, antes que ela seja um fato? Diferente de equações e resoluções certas, a vida é um campo inexato de construção, na qual tudo é mutável e impermanente.

Acreditar que algo é definitivo, é assumir uma pré-apatia de que nada mais pode ser feito, quando milhares de instrumentos se apresentam a nossa frente.

Sejamos maleáveis e flexíveis como o bambu, que se curva com o vento, mas retorna a sua posição de origem ou como a água, que assume a forma do meio, que se encontra e diante de um obstáculo, contorna-o.

Abandonemos as convicções rígidas, a postura estática e as indagações despropositadas. Deixemos cada problema ao seu tempo, sem demandar a energia em pré-ocupações, poupando-a para as necessárias resoluções! Sem misturar o efetivo com o afetivo!

- "Comece fazendo o necessário, depois o que é possível, e de repente estará fazendo o impossível" (Francisco de Assis)