domingo, 20 de novembro de 2016

Natureza em desencanto


Em um mundo tão dinâmico, por que há tantas naturezas estáticas?
Que querem revelar e se escondem?
Que querem sonhar e racionalizam?
Que querem aceitar e desacreditam?
Que querem opinar e se eximem?
Que querem amar e não se entregam?

Tantas coisas ditas (e não ditas) nas entrelinhas
Perdidas na intenção
Nas pretensões desperdiçadas
Na prudência quase covarde
Que observa a oportunidade passar
Através das mãos, sem conseguir segurar

Na criação de motivos para o que só precisa sentir
No aprisionamento de um passado
Na generalização de um presente
Na supervalorização de um futuro
Que faz a realidade parecer surreal

Buscam fantasias e justificativas
Que se retroalimentam
Em um ciclo viciado quase autossuficiente
De um mundo particular e impenetrável
Suspiram uma dor de não pertencer ao lugar que estão
Mas se esquecem da proximidade entre estar e ser
"A vida é o lugar certo"