domingo, 20 de novembro de 2016

Memórias


Perdemos milhares de memórias e nos fixamos em tão poucas...
Esquecemos o engatinhar, os passos dados até que chegássemos em algum lugar...Criando raízes com as pernas que hoje seguem o mesmo trajeto todos os dias.

Esquecemos a inocência e a delicadeza de tantas descobertas e nos cristalizamos em alguns resultados (eventualmente infelizes). Deixando de lado tantos sonhos para um instante de realidade.

Resumimos anos ao lado de alguém em segundos... E todo o amor construído e as conquistas até aqui se perdem no ruminar de uma partida, uma morte ou separação.

Presos em poucas lembranças, recordamos um passado incompleto e não vemos as infinitas possibilidades de um presente que se revela. E quando despertamos, o presente também se tornou passado.

Somos essa colcha de retalhos ou um quebra-cabeça, que a falta de uma parte resulta numa expressão incompleta do que somos ou poderíamos ser! Não somos uma peça ou parte, ainda que frequentemente , nossas lembranças nos limitem a isso.

A ausência vive no esquecimento, que sejamos presentes e inteiros nas memórias.