quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Há dias

Há dias que ouvimos nossas incertezas

Crendo que sombras são a realidade ou a realidade é feita de sombras

Enxergamos as mãos vazias e o vazio é maior do que cabe nas mãos

Os olhos perdidos não vão além dos próprios olhos

As lágrimas ofuscam e ofuscados, nos afogam

Há dias que o passado, nos passa

Hipóteses de decisões não tomadas, tomadas em um momento de indecisão


O futuro não se propaga e paga o preço que o momento mandar

Nestes dias que a alma imerge em outonos de folhas caídas

Devemos parar para respirar e respirar até que tudo pare

Não é o mundo que está rodando
Estamos rodando no mesmo lugar

Aprisionados no vício de idéias
Viciadas em não mudar

Além de acreditar, é preciso acreditar no Além

Nem tudo que se vê, é e nem tudo que é, se vê

Há dias que precisamos nos vencer, vencer o que precisamos

Mesmo que tudo diga o contrário, nos cabe contrariar o que se diz

Sem se importar com o que vai dar,
Dando valor apenas ao que importa

E se nada disso adiantar, apenas se adiante

Nada nos cabe além de esperar e esperar com a certeza, que nunca acabará em nada