terça-feira, 8 de julho de 2014

Caminhada Noturna



Transitava pela noite. As ruas estavam silenciosas, umedecidas da garoa que houvera caído poucos momentos antes.
Poucos pedestres eram avistados, mas quando algum solitário passava, motivava reflexões do porquê de ali estarem.
Olhos evitavam encontros, esgueirando-se pelas sombras, quase assustados, em um ritmo acelerado.
Na escuridão nos encontramos com nós mesmos, defrontamos com nossos medos, acendendo a luz da inspiração interior.
Nos tornamos observadores do entorno em um instinto de proteção, como um casulo, que nos resguarda até que as asas de um novo dia possam ser abertas. Sonhamos no entardecer, realizamos a cada nova manhã.
E nessas reflexões tardias, o destino se aproxima. A lua, agora, fica do lado externo, como o olhar de uma guardiã na fechadura do céu.
Tranco a porta, fecho os olhos até um espreguiçar solar....

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