terça-feira, 8 de julho de 2014

Se minha rua falasse...



Narraria todos os meus passos observados por suas largas copas:

- " O menino que corria, o homem que se tornou...
As aventuras nos antigos mausoléus "assombrados" que o tempo destruiria
Escombros de lembranças sob os quais se ergueria imenso prédio
Piqueniques nos canteiros dos edifícios imaginando grandes jardins
Crianças que se reuniam planejando sonhos diariamente
E Decoravam suas calçadas para grandes ocasiões
Até se tornarem adultos que dispersariam além da esquina do mundo
A descoberta do primeiro beijo, envergonhado, entre promessas pueris
Uma liberdade de ir e vir sem medo, perdida com os anos, pelas grades de um lar "seguro".
Alguns partiram, outros chegaram, alguns dividiram, outros multiplicaram
Os silêncios deslumbrados pela janela
Algumas lágrimas escorridas, alguns sorrisos despreocupados
As noites em claro, os dias corridos e decorridos"

Minha rua assim pensaria...entre folhas caídas, carros que passaram, pedestres que transitaram
E ela ali parada, porém em movimento como um casulo em transformação

Por muitas ruas passamos, em algumas nos fixamos, mas não moramos numa rua, a rua é que mora em nós.

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