terça-feira, 8 de julho de 2014

Mulher e a História



Sempre considerei que o papel da mulher na história é muito maior do que
injustamente a retrataram.

As primeiras civilizações eram matriarcais. O simples fato de ser capaz de
gerar a vida, as faziam regentes naturais. Quem cuida de uma vida, naturalmente
lidera muitas outras!

Através dos mitos e lendas, lentamente se instaurava o patriarcado, destituindo a 
sensibilidade e intuição feminina pela força bruta, dominação e poder masculinos. Com os homens, nasceram as guerras.

Na mitologia grega, os Deuses-Pai devoravam seus filhos recém nascidos com medo que viessem a ocupar o seu lugar. Qual a mãe faria o mesmo? 

Eva injustamente foi acusada de ter condenado a humanidade. Mas se ela incitou o homem a comer a maça do conhecimento, deveríamos ser gratos a ela, por ter nos salvado da ignorância. História similar na cultura grega, acusa Pandora de ter aberto a caixa que libertou os males sobre o mundo. A caixa esvaziou só restando a esperança. A mulher é de fato a esperança do mundo.

Jesus foi traído por um apostolo, negado por outro, dois dormiram enquanto os romanos chegavam para o prender e um ainda requisitou ver as chagas para crer em sua aparição. As únicas que estiveram até o derradeiro momento da crucificação foram mulheres. E depois da morte, podendo ter escolhido qualquer um de seus seguidores, foi Maria de Madalena a primeira a receber as boas novas. 

A capacidade de abstração feminina aliada a delicadeza sempre as conferiram um grande sentimento de religiosidade. E novamente, os homens com medo da força que não viam, da curiosidade, instinto de libertação e elevação da mulher, as perseguiram. 

Maomé condena suas mulheres a velarem completamente seu corpo, preocupado que uma de suas esposas o traíssem(ele podia ter mais de um casamento) e atribui tal exigência a uma mensagem de Deus.

As primeiras cristãs eram condenadas a arena e devoradas por leões. E a Igreja nascente rapidamente instituiria o confessionário para controlar e espionar os pensamentos. Novamente as mulheres sofreriam com tal instrumento. Mais a frente na história, este mesmo ato, as condenaria pelos ideais libertários a bruxaria. A mulher intimidava os homens e por sua vez o poder. 

A Igreja, preocupada com a divisão dos seus bens entre famílias, uma vez que a esposa era responsável pelos bens do marido quando faleciam, proibiu o casamento de seus sacerdotes e exigiu o celibato. O casamento se tornava para os representantes eclesiásticos, um pecado e para a sociedade, 
uma exigência. O casamento além de favorecer acordos e alianças políticas, no principio, também determinava que a mulher fosse posse do homem. O mesmo anel que era usado no gado para representar propriedade, passava a ser usado para delimitar as funções e papel da mulher em cada lar.

Gradualmente o patriarcado, silenciava e controlava os passos da mulher. Mas a inteligência emocional feminina, sabiamente aprendeu a induzir e manipular as decisões. A mulher agia nas sombras, mas determinaram muitas luzes no caminho. Conselheiras natas, construíam e conduziam os homens sem que percebessem.

Mesmo na guerra, a visão estratégica feminina, foi grande aliada. Joana D'Arc foi um exemplo deste talento. E teria estendido suas conquistas se não a tivessem apagado em uma fogueira.

O tempo passou e como todo extremo tende a se equilibrar, o patriarcado se desgastou e como um pendulo, voltando as origens, a mulher reassume o seu papel e liderança. 

Atesta o poeta Victor Hugo: "O homem está onde termina a terra, a mulher onde começa o céu." Que possam os homens assim, merecer asas para alcançá-las.

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