terça-feira, 8 de julho de 2014

O Fantasma do Tempo



Só exorcizamos nossos medos, quando os compreendemos e por isso o dito popular "Enfrente seus medos". Mas porque falar do medo se a reflexão é sobre o tempo?? É porque muitas vezes, transformamos o tempo em um cobrador voraz das mais sublimes intenções.

A consciência da transitoriedade da vida, impulsiona muitas vezes, um imediatismo. "Precisar viver tudo hoje, por não saber se haverá um amanhã". E nessa declaração, nos sentenciamos a difícil missão de conhecer a essência de cada oportunidade, querendo que floresça em segundos, o que precisa de tempo para ser cultivado.

Tudo no universo é energia, equilíbrio e intensidade. E são esses pontos que
regem o tempo intimo. É a intensidade que nos doamos aos momentos que
os eternizam dentro de nós. Sem a ponderação sobre as experiências que nos trouxeram até aqui, vivemos as angústias e sem o direcionamento sobre as projeções de onde queremos chegar, experimentamos a ansiedade. Assim, é no presente momento, que equilibramos estas duas forças. 

Porque nos parece tão breve um momento de amor e tão duradouro, um instante de dor?
A resposta pode ir além de prazer ou sofrimento, uma vez que ambos passam, mas 
estarmos ausentes ou presentes em nós mesmos. A vontade nos faz inteiros. Muitos alegarão: Mas como ter vontade na dor? Mas não é preciso vontade para sair dela? E quando não podemos modificar a realidade, não podemos modificar a forma de ver a realidade?

Pois tudo está mudando a cada instante, assim como o tempo. Podemos não fazer o sol nascer, ainda que este tenha um tempo certo para despontar, mas podemos apreciar o seu percurso.

Tempo é movimento. Espaço é construção. Tempo e espaço juntos são a construção de um movimento! 

Mas não façamos do tempo, um ato numérico, pois números são representações imperfeitas da natureza e assumi-los como verdades é negar a nossa própria natureza! Olhem em volta e verão crianças dando aulas, enquanto adultos brincam de viver! 

O tempo nos pertence e não somos pertences do tempo! Somos nós quem definimos quem queremos ser agora e não adianta querer que o tempo nos diga quem somos.
Assim afastamos o fantasma de fazer de cada segundo, uma eternidade e todo segundo passa a ser eterno!

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