terça-feira, 8 de julho de 2014

Vidas Passadas



Frágeis e invisíveis fios vestem o espirito
Que sem perceber-se despido, desfila tal portador de manto real

Da nobreza ao cortiço, o rosto altivo não desfez
De herdeira dos banquetes palacianos a donatária dos serviços domésticos
Convidada a humildar-se, julga constituir humilhação
Das distinções hierárquicas que fazia, julga sofrer preconceito de raça e classe
Hoje justifica-se vítima do destino, sem recordar o peso da mão que determinava arbitrárias sentenças

A ambição pretérita pelo poder, contrasta com a restrição das estreitas paredes de tijolo
O medo que fez sentir, vivencia hoje no meio comandado pelo terror
Poder temporário como a própria vida, o tráfico de drogas é a realeza dos desmoronados castelos da antiguidade
Corrupção, tramas e mortes, repetem as novelas de quem mesmo sem nada, ainda espera o trono perdido

Quem não se reforma, retorna a forma 
Muda-se as vestes, mas não o personagem
O amor incompreendido vocifera a violência inconformada
Repetindo os quadros de dor embolorados nos museus da consciência
Persistindo a sombra ociosa em detrimento da luz redentora

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