segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Adolescência



Os ventos da adolescência trazem transformações...
Recém saídos da redoma protetora paternal, a puberdade é ávida por liberdade e descoberta de um mundo, até então, desconhecido. O abandono da infância levanta a poeira de reflexões e o questionamento de todas as certezas.
Assim, o sorriso inocente é substituído por um riso sarcástico.
A confiança irrestrita modifica-se em um inquérito desafiador.
O linguajar é um dialeto tribal com uma lógica própria, na qual, tudo é 8 ou 80.
A mudança corporal exacerba inseguranças e um estranhamento por um lado, enquanto o excesso de juventude carrega uma falsa sensação de imortalidade e poder.
Todos os limites são testados e com eles começam a revelar aptidões. As escolhas mudam do mesmo jeito que trocam de roupa. Adolescentes são verdadeiros atores, na busca por quem são, experimentam diversos personagens que acreditam seriamente serem.
Um metabolismo acelerado, hormônios aflorados e uma química cerebral em plena ebulição se digladiam no organismo. Sexualidade, humor, sensibilidade, afetividade e diversas áreas se misturam e confundem.
Mas assim como os dinossauros foram extintos para que o homo sapiens pudessem povoar o mundo, a adolescência finda para que nasça o adulto.
A inconstância enfim encontra a estabilidade.
A maturidade e a consciência fazem as pazes. E neste instante, há uma reconciliação com todo o universo que tentavam negar.
Pais e filhos se reencontram e se reconhecem novamente uns nos outros.
Enfim um sonho distante fica para trás. A borboleta abandona o tempo de lagarta e o casulo escuro...Abre as asas e voa...

sábado, 10 de janeiro de 2015

Re-União


O mundo "est charlie", "est maria", "est João "...
Somos iguais, embora tão diferentes...
Temos ideologias diversas, embora unidos por sentimentos comuns...
Vivemos histórias particulares, apesar dos nossos caminhos e roteiros sempre se cruzarem...
Somos desconhecidos, mas nos reconhecemos uns nos outros..
Não falamos o mesmo idioma, ainda que nos entendamos na linguagem universal do amor...
Não temos as mesmas crenças, apesar de comungarmos a esperança de um destino maior (seja o nome que tiver)

Guerreamos contra quem, senão contra nós mesmos? 

Não somos uma ideia, ainda que idéias façam parte de quem somos.. 

Afinal, não somos Charlie, somos simplesmente, humanos...

Nota: Uma singela mensagem inspirada após o terrível atentado ocorrido na França

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Movimento Preventivo


Espera sem ação é ócio
Reclamação sem buscar resolução é vitimação
Relação sem reciprocidade é convenção
Religião sem fé é ritual
Arte sem conceito é contemplação
Trabalho sem dedicação é apenas necessidade
Aceitação sem convicção é comodismo
A vida sem mudança é estagnação

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O que aprendi...




Já fui rígido na forma de pensar, mas a vida mostrou que sem flexibilidade, tudo fica estagnado. Assim como a natureza, tudo se transforma e adapta.

Já viajei muito, mas também já fiquei parado por não saber para onde ir. Ainda assim, não importa onde se está, mas como se está.

Já fui sonhador a ponto de perder o senso prático e já fui racional para não entrar em contato com minhas fantasias. É preciso sonhar, desde que não esqueçamos de preparar os caminhos que levem à realização.

Já fui tão tímido, que me enclausurei dentro de mim, até aprender que um olhar e um sorriso podem ser libertadores. (E ainda assim, se não conseguir falar, escreva!)

Já alternei ansiedade e angústia, enquanto meus pensamentos vagavam entre passado e futuro, até ter descoberto que o presente é resultado do passado e das escolhas nele,  dependerá o meu futuro!

Já fui orgulhoso pelas coisas que fazia até perceber que a única importância de fazer era o prazer de fazer.

Sempre busquei significados e sentidos para tudo que passava até entender que nem tudo precisa de respostas e que as vezes as respostas estão na própria pergunta.

Já achei que a fé dependia da religião, mas religião é conduta, fé é amor e aceitação.Religião é um instrumento da fé.

Já pensei ter aprendido tantas coisas sobre mim até perceber que ainda me surpreendo em saber tão pouco.
As coisas tem o valor que atribuímos a elas. Me descubro vivendo e convivendo e quando finalmente me conheço, resolvo mudar e recomeçar...