segunda-feira, 8 de abril de 2019

Queremos alguém


Que nos desentorte
Ou se enrole conosco
Seja norte
Quando estivermos perdidos
Mas abraço que sempre sabemos onde achar
Que dure
Mesmo nos dias duros
Nos guarde
Como aguardamos
Ainda que não seja sonho
Pois sobrevive ao acordar
Que nos dê corda
Ou faça cor em um dia
Seja impulso
Mas acelere nosso pulso
Que mude a vida
Mas não mude o encanto
Que seja o nosso melhor canto
Sem vergonha de assumir
E que não cogite sumir
Sem pudor a sós
Sem dor, nem deixe só
Só uma euforia gritada
De quem em silêncio
Guardou uma emoção sufocada
Para estar junto
E dizer que dali em diante
Não precisa de mais nada
Só amar demais

Crítica


Há tanta hostilidade
Frustrações despejadas
Generalizadas conclusões 
Ataques gratuitos
De almas feridas
Que por defesa, ferem
Antes mesmo de conhecer
A sua história basta
Um basta que justifica a ofensa
Hipocrisia de quem vive em crise
Aponta o dedo
Por não saber dar a mão
Destila fora
O que dentro está cheio
(Ódio)
Ainda que ódio seja o amor machucado
E por não saber amar, machuca

Amor na terceira idade


Amor não se vale em curvas
Pois quando se gosta, se ama até as dobras
Somos literalmente dobrados
Curvados em reverência
Amor não caduca
Pois também não esquece
A memória falha, mas o sentimento não
O amor pode enrugar, pode se enroscar
E não há nada de errado nisso
Não é uma questão de flacidez na pele
Mas de firmeza no coração
O amor pode ter cabelos brancos sim
As nuvens também são brancas
Quer representação melhor de paraíso?
Não importa se as mãos tremulam
Quando se ama realmente, as pernas também tremem
O amor não precisa de pressa
Pode ser lento e demorado
Afinal, quem não esperou uma vida inteira para chegar assim:
Tão longe e amado?
Amor não é mérito da juventude
Diria que amor é conquista da maturidade! Mérito de quem apesar das rugas e cicatrizes, nunca desistiu.

Seguir


Não é acompanhar a vida de alguém em redes sociais
Isso puxa para trás!
Mas direcionar a sua para frente
(Mesmo sem alguém)
É abrir mão de um passado que não pode mudar
Sem esquecer dos passos que deu até aqui
É assumir que o presente é o melhor lugar que pode estar
Sendo presente em suas decisões
Seja cisão! Rompa com o que não acresce
Cresça para tocar novos horizontes
Tenha confiança que intocável só existe no que desconhece
Fiança para a própria liberdade
De ser o que desejar
Abrir mão de fantasias
Dar as mãos para pequenas alegrias
Lembrando que mais um dia vai chegar
Não é o que pensa
Isso é teoria!
É o que sente
Pela dor saberá onde não deve estar!
É bater o pó da roupa
Renascer do próprio pó
Renegociar seus desejos
Para saldar a dívida da falta
Dar crédito para si mesmo
(As vezes, desconto também)
Nem toda conta é fácil de pagar
Desapegue! Isso conta muito!
Ame aquilo que acreditar
Descrença é falir sem tentar
Ria quando não puder mudar
Chore todos os rios, se assim desafogar
Doe o que não usa
Ou que dentro tem demais
É importante sempre esvaziar
O que está cheio, não recebe
(Mesmo que queira)
O que está vazio, aceita tudo
(Mesmo que não queira)
Não precisa chegar em um destino
Você é o seu destino
Não chegue la, se achegue aqui
Segue sempre
Se ergue sem pressa
Porque no fim atrai o afim
Pois quem afirma ser
Firma onde vai dar

domingo, 7 de abril de 2019

Você não conhece ninguém


Você pode deslumbrar pela fresta que as pessoas permitem que olhe, mas conhecer é muito difícil. Difícil porque a própria linguagem é complicada demais. Entre o cérebro e a boca, sempre há perda. Por mais integral que tente ser, dificilmente será capaz de materializar o mundo que traz dentro de si. Cheio de cores, de dores e histórias que só você conhece e dá sentido à tudo que você pensa sobre si mesmo(a). O que muitas vezes é injusto e parcial, porque também não nos conhecemos plenamente. Tanto que muitas vezes nos deixamos definir pelas experiências que passamos. E julgamos equivocadamente que aquilo é tudo que somos. Somos muito mais, nossa natureza é mutante e o eu que você revela hoje, não será mais amanhã. A essência permanece, as vezes, maquiada. Mas a personalidade que ali está, muda por novos valores ou descrenças no que não funcionou. Você não conhecer alguém não quer dizer que deva desconfiar de alguém, afinal o outro não a/o conhece também. Mas que sobretudo deve buscar se conhecer! Pois isso ampliará sua percepção e sensibilidade sobre o mundo que cerca. Antes de se surpreender com o desconhecido, seja sua própria surpresa! Se reapresentando ao espelho a cada manhã e se permitindo sair das suas fórmulas e conceitos pré estabelecidos. Ninguém conhece ninguém, mas que conheça bem a si mesmo(a). Será sua maior revelação.

Denúncia


Denúncia é hipocrisia
Falso moralismo
De quem esconde a nudez
Mas fode com o outro
Ou despeito de quem por falta de coragem
Tenta tirar a coragem de alguém
Uma natureza vil e sorrateira
De quem se ocupa com a vida alheia
Ao invés de cuidar da sua
Cara de Pau
De quem nunca dá sua cara a tapa
Denúncia não assina
Assassina a liberdade de muitos
Pelo prazer egoísta de um
Que com melindre do “gozo”,
Goza do outro em seu (mal) feito
Infelizmente, ainda não é possível denunciar falsidade
Mas quem age assim
A própria vida bloqueia

Dependência


Sou dependente emocional
Sinto sem moderação
Sendo tudo ou nada
Não sei ir ao paraíso sem passar pelo inferno
Nem rir muito, sem antes ter chorado
Sensibilidade aflorada
Que sempre enxerga no outro a flor
Mesmo quando em mim, crava o espinho
Não uso máscaras, porque me entrego inteiro
E acho deplorável quem use uma para fazer de sentimentos, uma piada
Não é engraçado sofrer
Ainda que o tempo nos ensine a rir de nós mesmos e isso é libertador
Perdemos tanto com a vida
Que aprendemos o valor da vitória sem um pódio
Ou descobrimos que toda queda também é um voo
Não escolhemos ser quem somos
Mas a cada renascimento, somos o melhor que podemos ser
Diferença solitária
Que nos ensina igualdade
De um peito pela dor transformado
Abstinência da indiferença
De quem descobre na doença (pathos), sua cura
E empatia cura

O que não vê


Não se prenda no que vê
Aprenda com o que não vê
Nos detalhes não revelados
De lados não confessados
Cicatrizes maquiadas
De histórias não contadas:
As lágrimas ocultadas
Com a cabeça, em um travesseiro, enterrada
Um murmurio de uma oração
Um sussurro no ouvido
Um quarto escuro
Um tremor escuso
Os olhos trancados
Os braços escancarados
O mordiscar atento dos lábios
O coração acelerado
Um riso inesperado e sozinho
As mãos de duas pessoas entrelaçadas
O silêncio constrangedor
O ranger de dentes
As pernas que ansiosas balançam
O estalar dos dedos que relaxa
O suspiro que agradece
O suor de uma apreensão
A contração da pele em um deleite
O grito contido
O frio na barriga
O brilho de uma descoberta
A vida acontece
Nos instantes não registrados
Como agora enquanto lê
Você, seus pensamentos e mais nada

Alucinação

Não sou príncipe
Talvez, o dragão
Na base da torre
Em um tabuleiro de xadrez
Xeque mate
Cheque em branco assinado
De uma conta negativada
Negativo de uma foto colorida
Extrato da fruta proibida
Que na primeira mordida é pecado
Mas quando engole é liberdade
Um gole de insanidade
Que provando da minha loucura
Cura sua normalidade

Resiliência


Só a alma que entorta
Sabe voltar ao lugar
Faz parecer conquista
Sua ânsia de lutar
Quando cai de joelhos, reza
E usa os espinhos para escalar
Cada cicatriz é vitória
Quando o topo é onde quer chegar
Sabe que tem asas
E está em constante mutação
Quando caminha é impulso
Pulso para Voar
Mesmo no fundo do poço
Se hidrata com a água
Faz da sombra companhia
E olha para o céu
Pois só conhece a luz
Quem antes provou a escuridão
Impossível é desistência
Improvável é omissão
O que importa tentar de novo?
É tudo novo!

Onlines


Se curtiam calados
Só cliques
De links na tela
Sem trela
Olhares vidrados
Só ares e reações
Conexões em espera
Uma fala desligada
Uma vida imaginada
Em esquecida postagem
Rolagem de página
Para se enrolarem
Margem para marcação
Acenando juntos
Para compartilharem as mãos

Carta ao amigo


Se pudesse me ouvir:
Dividimos o mesmo Fernando 
Me veria Pessoa
E para mim, seria Paz
Introspectivos
Nosso verso seria só...
...expectativa
Entre personagens quase tão “eus”
Que arriscariam ser nossos
Fingindo ser poetas
Como amigos que não fomos
Ele com métrica
Eu esculachado
Ele com tantos
Eu com um só
Ele além-mar
Eu aqui: amar
Ele literatura
E eu literal
Ah que ironia!
Sem a sua morte, Imortal
Talvez, eu, mortal, nem tivesse nascido
Meu irmão mais velho
Como mais novo, copio
A ponto de ser seu heterônimo não escrito
De um livro que ninguém leu

Lá fora


A vida acontece lá fora
No desaforo do peito
Que encara
Escancara
Dá a cara a tapa
Mas não tampa
Sem medo
Sem modo
No murro
Que luta
No morro
Que escala
(mas não cala)
Além do muro
Que enxerga
(mas se ergue)
A vida acontece lá fora
Enquanto tudo sente aí dentro
Na pele
Que contrai
No poro
Que dilata
No polo
Que deságua
No pólen
Que leva
(E eleva)
A vida acontece lá fora
Sem foras
Desforra
Da força
Que torce
Para cada dia
Ser o melhor dia
Que ainda nem começou

Flores


“Não dê flores, dê respeito”. Dê flores sim e respeito também! Dê tudo de melhor que há em você. Não é escolha, é empatia! Até porque quem estende uma flor, perfuma primeiro a própria mão! Floreie os caminhos que passar, mas não deixe para entrega-las em um dia especial, entregue especialmente quando não houver nada naquele dia para fazê-lo especial. E que não seja só para mulheres: homens, crianças, idosos, familiares... sinta prazer em presentear e surpreender. Respeito é sua obrigação a quem quer que seja, mas flores é o desabrochar da sua melhor parte!

Sexo frágil


Cera quente
Mas nunca faz cera
Feito uns ai jogados no sofá
Ela perfumada e blasé
Como uma primavera em Paris
E você suado sem esconder
A realidade de um calor desgraçado e a vontade de morrer
Ácido na cara
Porque se garante
E você ? Peroba do Campo
Não é? Cara de Pau
Pinça fio a fio
Puxados
Enquanto sorri
E você afina a voz com um cravo
E chora como um: despedaçado
Parto Natural?
Rocky Balboa é piada
E ainda sofre encantada
E você ? Desmaiou no primeiro choro
Com o cordão umbilical cortado
Ela sangra todo mês
Fica só levemente alterada
(Nada é perfeito)
E uma vez no ano que você tem seu sangue colhido
Fica tonto e diz que não gosta de médico, se não tiver a mão segurada
Quem disse que mulher é o sexo frágil
Foi um piadista sem alma
Que vendo ela se equilibrar na agulha de um salto
Tropeçou no próprio cadarço desamarrado

Ficar

Não era para se apegarem
Era “ficar” e só
Mas de tanto se pegarem
Tudo deu um nó
Ah tempos modernos...
Namoro agora é proibido
Não ousavam mencionar
Quase libidinoso
Como mudar de status é gozar
Quer sacanagem maior
Do que darem as mãos?
Desnudarem ao mundo
A vontade de gostar?
Não pode ser assim: Explicito!
“Compromisso sério”
Eita palavrão!
Se ainda fosse foder
Verbo polido de um sujeito oculto
Assim ficaram...
Corações virgens
Em corpos experientes
Que gemem alto
Mas amam em silêncio

Você e o outro


Enquanto fica parada
Sofrendo
O outro recomeça
E vai vivendo
Você fica lembrando
O outro lhe esquecendo
Presa em uma página
Do livro que o outro fechou
A vida que você não teve
Romantiza
E ele realiza com outra
Os sonhos que eram seus
Quanto tempo ainda precisa
Para não o querer de volta
E dar a volta por cima?
Abra os olhos para a vida que chega
E diga: “Chega de menos! Eu me amo mais”
Você é o valor que se dá
E o outro? Uma nota de rodapé
De uma página invertida
Que pensou ser o título

Dia da Poesia e da Síndrome de Down


A Poesia divide o dia com a Síndrome de Down.
Quer dia mais especial?
A poesia que se fez corpo para dizer ao mundo que sensibilidade existe além da forma? Ou que a melhor 
expressão é o jeito como algo tão simples pode lhe tocar?
Uma letra a mais que muda um gene, como uma palavra a mais pode mudar todo o sentido!
Quantas vezes a poesia nasce Down para nos fazer Up?
Quantos anjos nascem Down para nos fazer humanos?
Feliz dia à empatia que compreende que diferença é ser único!

Dar um tempo


Dei um tempo comigo
Não estávamos nos entendendo
Um eu queria tudo e o outro se sentindo nada
Se amavam assim, de um jeito tão errado
Um falava para o mundo o que o outro queria esconder
Brigavam pela atenção que ambos diziam não ter
Já quase não se viam, flertando com partes que não pertenciam
Mas ainda dormiam na mesma cama
Cada um virado para um lado
Silêncio só quebrado pelo ronco de um pensamento
O que podia fazer?
Só dar um tempo de mim
Para ver se uma vez separados
Se achem no “Era uma vez..”
E assim, serem felizes para o sempre que durar

Amem


O mundo está machucado, ferido e magoado! Paz e amor já não cabem na mesma frase. O sexo é livre, mas o amor acamado. Ironias só por desabafo. Tentar? “Comigo não funciona”, enquanto curte em suspiros uma declaração “fofa” postada! O último suspiro de um condenado! Amor perdendo a magia e para alguns virando maldição.
Amor é de humanas, nunca foi matemática. Ainda que hoje, tente se fixar em algoritmos e probabilidades, nisso só sobra a subtração: todos perdem.
Cupido safado! Signos desencontrados! Alguém precisa levar esta culpa! Nem sempre justa, diga-se de passagem! E talvez, esse seja o erro: ser passagem. Especialmente, com quem chega, que apesar do esforço, perde para uma lembrança ferida ou desconfiança armada. Ah o amor que já venceu guerras, sobreviveu a pestes e fogueiras, hoje virou o vilão. Queimado publicamente com a tocha de celulares na mão! E a promotoria argumenta: é um bem descartável, volúvel e traiçoeiro. Já o amor? Só tem uma defesa: amar! Sendo torcido até a ultima gota, até a ultima lágrima! Enquanto no peito, a sociedade adoece, porque amor nunca coube em uma postagem. Ele só precisa de uma chance para acontecer. Não é por sorte e nem por acaso! Não importa o valor dos dados, quando você é a roleta! Não é possível ver, o que só nos cabe sentir (e aceitar). Exatamente como a fé! Apesar da descrença, amor é a mais pura religiosidade e nem precisa de escapulário! Ele é empatia contra a apatia do sentimento, mas também é Trindade: Amor próprio, ao próximo e sagrado!
Amem! Amém!

Citação - Cara da poesia


Quedas


Foram tantas lágrimas até aqui
Lágrimas que ninguém viu
Entaladas na garganta
Que prendiam a voz também
Tantas cicatrizes curadas
Traumas na pele marcada
Por uma lembrança dilacerada
Tantos renascimentos
Após diversas mortes
(incluindo a própria)
Batidas de pó
Após quedas na estrada
Silêncios quando o pensamento gritava
Solidão que ensina a ser companhia
Na esperança que se arrastar
Ainda é seguir sem parada
Houve muita dor
Apesar do sorriso
Na crença que motivar
Era a melhor motivação
Secar as lágrimas alheias
Para desviar as próprias
Fazendo da empatia
A própria transformação
Lágrimas ainda caem
Porque quando a vida toca uma vez
Tudo passa a tocar
Especialmente, o sol
Que diz que todo dia
É um novo dia para começar

Traída


Este não foi o sonho que tive com você. Ser acordada assim é um pesadelo. Onde está o castelo? Quando foi que virou o dragão?
Me tirar de mim para me deixar assim: Ilusão!
Não que fosse um salvador, porque não precisava de resgate. Nunca fui a princesa, porque me liderava. Mas você? Hoje, me parece um sapo.
Sapo que beijei por acreditar na magia, mas seu beijo, me entregou aos romanos para crucificação.
Você apostou alto e perdeu tudo. Se perdeu. Porque antes de trair alguém, antes nos traímos. Qual a carta que sobrou na sua mão: dívida e uma mesa vazia.
Não há segunda chance para quem não me fez a primeira opção.
Escolhemos o que colhemos. E eu escolho a mim. Nem que precise me queimar para renascer, mas o incinerarei comigo para fazer cinzas da lembrança que qualquer brisa vagabunda leva.

Autismo


Estava na dúvida entre a fila dos bipolares e autistas, mas por distração, demorei tanto a escolher que nasci Eu.
Não tenho rótulos, porque eu tenho todos. Sou plural, apesar do meu corpo me fazer singular. Azul? Não, quero todas as cores de todos os espectros, mas se ainda assim tiver que escolher uma, que seja Branca, a união de todas elas.
Limitação? Quem não as tem? Sou a pura imperfeição e me felicito por ser assim. A perfeição deve ser muito chata, não há nada nela a ser superado, nada a ser conquistado e que conquista pode ser melhor do que uma nova versão de mim?
Diferentes? Quem não é? Nem os dedos da mesma mão são iguais e ainda assim, todos são igualmente importantes.
Eu entendo os autistas, falamos quase o mesmo idioma. No meu caso, aprendi voluntariamente, era tímido. Em ambos os casos, temos no corpo, uma prisão, mas que não define quem somos.
Também tenho um mundo particular, nem sempre entendido. Uma extrema sensibilidade a cores, sons e luzes. Sou desajeitado e atrapalhado. Nossa arte é a forma como nos expressamos. Embora tenha optado pelas metáforas, ao invés da literalidade. Por isolamento e traumas fortuitos, também tive por muito tempo, dificuldade ao toque.
Como não poderia entender os autistas? Somos da mesma família por condições diversas, mas há algo além que nos une: Somos humanos!
Sentimos, rimos, sofremos, caímos, mas aprendemos sempre! Chega de julgamentos, de fórmulas e manuais. Não somos homens de lata, temos um coração!
E ainda que não enferrujemos com lágrimas, choramos pela incompreensão.
Poderia falar de empatia, mas como me faria entender sem me expor e colocar no lugar. É preciso que sinta na pele antes de dizer que "entende".
Eu não entendo muita coisa e não há mal algum nisso. Mas talvez a diferença não esteja no "estranhar", mas não buscar o universo que habita aquela realidade.
Sempre gostei de ler as biografias dos escritores antes das obras. Porque só é possível interiorizar o sentido do que querem dizer, antes, compreendendo o sentimento
que os leva a pensar de determinado jeito. E esse é o meu jeito.
Dia do autismo? Também! Mas prefiro encarar que é o nosso dia.

Erro



Não sei porque insiste na relação errada
Para se convencer que com o tempo ela será certa?
Ou para chamar o "medo da perda" de amor?
Uma luta entre convencer o outro de uma mudança que é sua?
Ou a falsa crença de que sem ela, também ficará sem você?
Enquanto não se responde
Se fica só sozinha ou acompanhadamente só
Se ocupa com uma parte, que nunca fez parte
E a vida não tem dó
E você perde..
As oportunidades
O amor próprio
A motivação
E não reconhece
Aquilo que se tornou
Você se perde
Esperando por um outro que só existe em você