quinta-feira, 29 de março de 2018

Consolação


O problema de abraçar a si mesmo é ser um abraço sem coração. Apenas dois braços, que você conhece, tentando dar uma volta em si mesmo.
O mundo diz: ame a si mesmo! Mas meu amor não me surpreende, porque tudo que eu posso fazer por mim, minha mente já sabe antes! Não é o outro, mas é o outro que habita em mim e não conheço. Que busca um motivo fora para saber o que há dentro e quando está dentro não vê nada fora.
O mundo diz: seja forte! Minha mente entende, o problema é o coração! Ele é surdo aos apelos da razão. Bate ao próprio compasso e muitas vezes, descompassado! Ele é rebelde e se insisto, diz: “Me deixa ser fraco, já tenho um corpo inteiro para carregar”.
O mundo diz: você precisa acreditar! Acredito mesmo que as coisas possam mudar! Sei que mesmo passos iguais levam a caminhos diferentes. Não é por descrença. Talvez, doença! A fé empurra a alma, mas nem sempre o corpo consegue acompanhar.
O mundo diz tanta coisa, quando tudo que você precisa ouvir é um abraço em silêncio que não seja o seu.

Poesia


É a gestação da inspiração
Parida de uma metáfora rabiscada
Partida em linhas fora
Direção ao desalinho de dentro
Repartida quando lida
Despedida no calar das palavras
Uma estrofe para qualquer tempo
Rima um momento de vida
Que os versos arrumam
Em uma prosa imaginada
Com o Eu ali escrito
Sensibilidade de um lírio
Delírio que expurga
Como fênix literária
Onde renasce
Pó e Cia

Hoje é o dia


Ontem é uma lembrança e amanhã é uma hipótese.
Não há um dia ideal, ideal é fazer especial cada dia.
É não dar por terminado, algum que começou mal
Nem querer começar, só quando tudo está prestes a terminar
É não deixar para o próximo, aguardando um tempo favorável.
Não será! Sempre haverá um porém, que justifique o adiamento.
E cada adiamento é a causa do momento ser como é.
Não espere certezas para um movimento.
As melhores invenções surgiram da dúvida
Não pense no que ainda não tem
O tempo que ocupa pensando, perde em ação
E toda ação (por menor que seja), pode mudar a sua forma de pensar
Não omita seus sentimentos
O que não é dito, implode!
E um gesto pode mudar a vida de alguém (especialmente a própria)
Não espere perder a importância para se importar
Nem se envenene de mágoas
Mas preserve sua língua de venenos
Quebre as correntes que fazem com que arraste os pés
E pare de andar em círculos, vez ou outra, é importante voar
Voe para uma versão melhor de si mesmo(a)
Não faça tantos planos, o melhor plano é sempre fazer!
Expectativas frustram! Não queira estar, queira ser!
E é preciso coragem para olhar para dentro!
Não seja a vítima, seja autor!
Reescreva sua história e como deseja contá-la: Drama, Terror ou Comédia?
Se nada fizer: é ficção!
Não tenha vergonha de amar
Mesmo se não tiver ninguém
Amor também não está em algum lugar
Ele é o lugar que decide estar!
Se atente aos detalhes
Desfoque o todo
Abrace o processo
Abandone os resultados
Não escolha muito! Se abra para colher!
Porta trancada não é segurança
É prisão domiciliar
Hoje é o dia! O que vai ser?

O corpo e a poesia


Não é questão de corpo
Como poesia não é estrutura
A alma toca antes da pele
E os versos enlaçam antes do entendimento
É troca entre silêncios
Suspiros sem fala
Mas que falam dentro de nós
Como um nó de vontades
É o suor das impressões
É o soar da expressão
Corpo sem alma é casca
Como poesia de aparência
É a fantasia do ego
Sexo é mecânico
Amor é a divindade nos poros
Escrever é aprendizagem
Poesia são asas do sentir
Em um há contrações
Na outra, conjugações
Quando a derme do que lemos
Encontra o arrepio dos pelos
Então há poesia no corpo
E se ergue o corpo da poesia

O que importa?



Importar é a porta do peito
Abrimos para quem se porta
Para quem é porto

Importar é abrigo no interior
Daquilo que veio de fora
É cuidado com quem fica

A proteção da lembrança
Onde o outro está
Lugar de uma parte nossa
Sem aparte ou partida

Porque se importa..
Nem o silêncio cala
E porta a voz
Que o sentimento grita:

Querer o bem
A quem nos faz bem

Céu



Dentro de Céu
Há o Eu
Lugar onde o  paraíso habita

Paraíso permanente sobre a vida
À nos lembrar a impermanência da morte

Morte como as estrelas que guarda
Na luz que nunca termina

É o término do mundo
E começo de um além

Divisa do nosso planeta finito
Com a falta de fronteiras de um infinito universo

É espelho do azul do mar
Aquarela da criação

Céu também é Seu
É nosso teto!
Sob o qual somos iguais

A espera de uma luz
Que de cima nos curvamos
À dispersão da sombra
Embaixo dos nossos pés

É o mapa para os perdidos
Contemplação para quem se achou

É a abóboda dos antigos
Passagem da modernidade

Céu é o espaço
Próprio para voar
Se não carrega duas asas
Abra a imaginação

Mercado Social



O mundo virou estatística
Números sem alma
Que a causa importa mais que a razão
Contabilidade de ações ao ego
Realezas e séquitos
Em tronos virtuais
Escravos digitais
De um comércio de sentimentos
Autopropaganda
Marketing da vida
Que uma curtida
Paga um sorriso

A equação do K



Primeiro foi o riso
Virou “kkk”
Depois 1000 vidas
Viraram 1K

1000 vidas transformadas em um riso
Cujo k é sentido de existência
Até se tornarem passado
Como uma fita K7

quarta-feira, 21 de março de 2018

Hoje é o dia


Ontem é uma lembrança e amanhã é uma hipótese.
Não há um dia ideal, ideal é fazer especial cada dia.
É não dar por terminado, algum que começou mal
Nem querer começar, só quando tudo está prestes a terminar
É não deixar para o próximo, aguardando um tempo favorável.
Não será! Sempre haverá um porém, que justifique o adiamento.
E cada adiamento é a causa do momento ser como é.
Não espere certezas para um movimento.
As melhores invenções surgiram da dúvida
Não pense no que ainda não tem
O tempo que ocupa pensando, perde em ação
E toda ação (por menor que seja), pode mudar a sua forma de pensar
Não omita seus sentimentos
O que não é dito, implode!
E um gesto pode mudar a vida de alguém (especialmente a própria)
Não espere perder a importância para se importar
Nem se envenene de mágoas
Mas preserve sua língua de venenos
Quebre as correntes que fazem com que arraste os pés
E pare de andar em círculos, vez ou outra, é importante voar
Voe para uma versão melhor de si mesmo(a)
Não faça tantos planos, o melhor plano é sempre fazer!
Expectativas frustram! Não queira estar, queira ser!
E é preciso coragem para olhar para dentro!
Não seja a vítima, seja autor!
Reescreva sua história e como deseja contá-la: Drama, Terror ou Comédia?
Se nada fizer: é ficção!
Não tenha vergonha de amar
Mesmo se não tiver ninguém
Amor também não está em algum lugar
Ele é o lugar que decide estar!
Se atente aos detalhes
Desfoque o todo
Abrace o processo
Abandone os resultados
Não escolha muito! Se abra para colher!
Porta trancada não é segurança
É prisão domiciliar
Hoje é o dia! O que vai ser?

sábado, 17 de março de 2018

Má Interpretação



Cartomante: Você vai conhecer uma mulher que mudará sua vida....
Meses depois...
Ele começou terapia com uma psicóloga...

Bloqueio


Ele bloqueou ela
Porque o relacionamento desandou
Ela bloqueou ele
Por invasão
Ela bloqueou uma outra
Por insinuações
Ele bloqueou o amigo
Por ciúmes da namorada
Eles se bloquearam
Por simplesmente não concordarem
Ela bloqueou a amiga
Porque não pôde contar
Mas a amiga se considerava só uma conhecida
E já havia deixado de segui-la
Eles se sentiram sozinhos
No silêncio de suas exclusões
Tentaram ouvir o coração
Mas havia sido bloqueado também

Que mundo é esse tão racional?


De emoções esquecidas
Abandonadas empatias
Afinidades desafinadas
Acompanhadas solidões
Diálogos surdos
Monólogos cegos
Altruísmo manco
Mundo torto
De mentes sempre certas
Ilusões retas
De certezas em desalinho
Paradas no mesmo lugar
Para parecer mudar o tempo
Enquanto o perde
Até que não possa mais achar
Estranhas vidas
Entre tensões
E pretensões
De conquistas
Que possam mostrar
Amostra grátis
Do orgulho
Do eco do ego
Que insistem
Em carregar
Que mundo é esse?
Que chora a perda
Do valor que não deu
Que ama
Enquanto não tem
De uma fé
Sem ação
Que só faz esperar
Tudo roda
Nada pronto
Muitos prantos
Para Tantos
Quase Tontos
Tão somente
Tão só mentes
Só mentem

Quebra Galho


Galho não é apoio
Descartável
É a mão da natureza
Em direção ao céu
Que alimenta 
Com seu fruto
Quem sob ele repousa
Pode parecer frágil sozinho
Mas quando se junta
É inquebrável

Ninguém é galho
Para merecer
ser quebrado

domingo, 11 de março de 2018

Cyberbullying



É a mediocridade protegida por uma tela
Que tenta diminuir o outro
Por não querer fazer esforço de alcançá-lo
Transforma em ódio a autofrustração
Espalhando o inferno pessoal que traz dentro

É a falta de empatia de uma alma cruel
Que diz ser vítima do mundo
Mas faz do mundo a sua vítima
É algoz da própria consciência
Que persegue alguém
Pela incapacidade de libertação

Como tudo que rasteja
É sorrateiro e adora se travestir
Tal cobra que troca de pele
Despeja o veneno
De que a alma está cheia

É um criminoso
Que se sente justiceiro
Escondido por teclas
Quando merece uma cela

Denuncia, calunia e difamação
São as armas de quem aponta o dedo
Sem ver o que traz na própria mão

Pais abusivos


Ser pai e mãe não é um atestado de exemplo. Ainda que seja difícil para a nossa consciência aceitar suas imperfeições. Muitas vezes, moldando-nos a abusos emocionais para preservar inconscientemente um "porto seguro" que nunca existiu.
É o primeiro contato que temos com o mundo e por isso mesmo a tentativa de mantê-los intocados.
Mas pais foram crianças e por sua vez, construídos pelas próprias dificuldades. Muitos tentam acertar, apesar dos defeitos inerentes a serem humanos. Mas outros, simplesmente, só são o que são.Nunca se esforçaram por serem melhores do que isso. E que os filhos se "ajustem" a eles.
E aí começa uma difícil luta e questão: Como romper esses cordões umbilicais emocionais?
Que já não nutrem, só sugam e prendem a nossa liberdade de sermos os adultos que devemos ser?
Não é fácil essa separação. E não é uma separação "territorial ou presencial", mas aprender a distanciar os dois conceitos: Criador e criatura! Serão sempre os nossos criadores, mas não necessariamente precisamos aceitar a criatura.
Especialmente, se a relação é tóxica e antes de impulsionar, mata toda a potencialidade do que você pode ser.
Seja por pregações que tentam fazer de si um autoreflexo narcísico, por violências físicas ou sentimentais ou qualquer abuso disfarçado de amor. Que estapeia, mas passa a mão na cabeça, como quem diz: "Está tudo certo! É assim mesmo."
Não é assim mesmo! Sentimentos são sagrados e precisam ser respeitados, seja por quem for. Pais e mães deveriam ser amor, mas nem sempre o são, as vezes, perdidos no amor próprio, que sacrifica os filhos pela autopreservação ou que impõe uma vida que gostariam, mas que não foram capazes de fazer de suas próprias.
Temos um vínculo perpétuo de sangue e quanto a isso nada podemos fazer. Mas podemos mudar a relação, como podemos nos mudar em qualquer ambiente que estejamos presentes. E a mudança depende do grau de desconforto. Desde aprender a ouvir menos e deixar que falem, sem trazer para dentro ou carregar o peso de uma formação deficiente à realmente denunciar e se afastar, se há qualquer risco de integridade física ou violência interior (que deixa tantas sequelas quanto as marcas na pele).
Paternidade/Maternidade não é hierarquia irrefletida. É exemplo conquistado. Se não há exemplo, conquiste o seu ou se faça exemplo.
Não explique, não debata, não brigue ou tente mudar quem nunca quis mudar! Mude você! Aceite que são como são e deem um passo em outra direção.
Ser filho não é um contrato de exclusividade, de emprego ou devoção. Porque na vida tudo é reciprocidade. Reciprocidade não tem sangue! É uma conquista pela vida toda.

Colcha de retalhos


A sua vida é como uma colcha de retalhos. Quem a vê não imagina o esforço que faz para apresentar todas as partes unidas. O tempo que levou para costurar cada pedaço e quantas vezes, precisou desfazer e recomeçar até aquele instante. Não enxergam as mãos anônimas e calejadas no tardar de uma noite mal iluminada para concluir uma peça que alguém usará pronta para se cobrir.
E quantas vezes, segurou o tecido, sabendo que precisaria procurar mais, porque faltava algo ali.
As lágrimas que caiu enquanto costurava, o sorriso que deu quando viu tomar forma. Mesmo com críticas de quem procura defeitos nos resultados, mas não teve a empatia de se colocar no processo. As linhas das lembranças, a cola borrada das decepções, as escolhas imperfeitas e os cortes para que ficasse o essencial. Alguns exageros do encantamento e alguns desperdícios de tempo com detalhes que não acresceram nada. A vida é essa veste que usamos na alma. A coberta invisível que esconde a complexidade do universo interior para apresentar a simplicidade do que o outro vê.

Artificial



Tantas vezes forcei 
O que não nasceu para acontecer
Saciei um momento de vontade
Para pagar um preço alto
Pela insistência
Quantas dores
Não evitei
Clamando naturalidade
Na artificialidade recebida
Renomeando mentiras
Nas verdades que quis acreditar
Mas eram só minhas
E das fantasias que teimaram
Em não me abandonar
Não fui iludido
Nem enganado
Eu fui a minha própria ilusão
Desilusão de quem fez da espera
O abuso da aceitação
Na ironia de quem não se aceita
E tenta calar o vazio
Com qualquer coisa que caiba nele

Solitude


Solidão é quando uma lança
Transpassa o peito
Você a arranca
Mas a dor não sai
Fica o buraco
Que teima em sangrar
Mesmo que tente saturar
É uma dormência
Que roga um abraço
Para sentir um corpo
Que não é o seu
Que fala sozinho
Só para ouvir a própria voz
É a carência de existir
Para um outro olhar
Solidão dói
Porque não é compartilhada
É vida não dividida
De uma alma esquecida
Se há saída?
Primeiro é preciso voltar
Para dentro de si
De onde saiu
E parar de buscar no mundo
O mundo que sempre o habitou
Até que sua sombra
Valha como companhia

Partida


Quando a presença 
Se transforma em ausência 
Palavras inteiras
Viram meias palavras
Que se esforçam para ser
O que eram sem esforço 
Quando precisa pedir pelo tempo
De quem antes o dividia sem pedir
Se ser prioridade precisar de agenda
E estar junto é evento no calendário
(Com hora marcada)
Se abrir os braços 
E só sentir vento
E por dentro for tempestade
Se o riso que gostava
Virar suas lágrimas 
Quando se sentir partido
É que a partida foi declarada
E a chegada antes aguardada
Agora é despedida inadiável
Não adianta manter o porte
Já não importa
Se adiante
Antes do dia
Sem aviso prévio
De dor previsível

Já estou acostumado


É a repetição dita
Um mantra da dor
De quem afirma
O que não aceita

De um costume estranho
Que estranha os costumes
E tenta fazer comum
Uma incomum sensação

É uma espera invertida
Contrária ao que se diz
Que faz pouco caso
De um caso que foi muito

Sofrer não é tolerável
Tolerar é um disfarce
Anestesia da emoção
De quem não para de sentir