Envoltos em um maremoto de
informações. As percepções afogadas em ondas, que levam sentimentos e
pensamentos para praias distantes. O espírito sufocado em um corpo anestesiado.
Músicas altas abafam os ouvidos e
silenciam a voz do mundo. Olhares vidrados em telas imóveis, cegam a
sensibilidade no entorno. Uma conectividade que oblitera a capacidade de empatia
com as outras pessoas.
Nesse isolamento do mundo intimo,
nos angustiamos pelo passado, de hipóteses que transcorreram sem vermos.
Desenvolvemos ansiedades de um futuro, repleto de expectativas e urgências. E
nos ausentamos do presente, no qual deveríamos estar.
A sensação de tempo se modifica
em rápidos fragmentos. Adormecidos em nossas rotinas, somos despertados por
bruscas mudanças e constatamos que não observamos o processo que levou a elas.
Nenhuma ação parece suficiente, nestas milhares de janelas e mensagens que se
abrem, sem mostrar um caminho. E por trás de milhares de seguidores, ainda vive
o velho vazio, ignorado e em busca incessante.
Nesta jornada (COM)viver da lugar
a (SOBRE)viver. Mesmo as companhias partilham a solidão, Embora juntos fisicamente, permanecem distanciados pela
razão. Embriagados de paisagens, cenários e fantasias, que tentam recriar, o paraíso
interior perdido.
O medo de se aventurar em alto
mar, vencendo os ventos acelerados de cada dia, mantém a humanidade enraizada
em suas ilhas privadas "online". Como náufragos modernos, que lançam
seus apelos "engarrafados", esperando serem encontrados.
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