A escuridão desafia seus passos
Até o clarão que desfia seus laços
Como o aguardar da caverna
Ao guardar a vida que hiberna
Então a ausência que desfalca
Negação a carência da falta
De sentir a ida de um amor
Consentir a partida e a dor
Mas para dar uma parte nossa
Antes negociar um aparte que possa
Convencer o senhor do destino
A ceder o penhor e seu desatino
Mas perante o não parar da morte
Diante do desamparar da sorte
O grito das revoltas que não cala
O mundo e suas voltas que depara
Enfim o casulo da depressão
O fim recluso da opressão
De chorar até secar a fonte
De orar até novo horizonte
Assim a aceita(ção) que fecha um ciclo
Um sim que desfecha e recicla
O restabelecer da calma
E o renascer da alma
Do luto à luta