Me sinto preso nela
Quase não vejo janela
Não pela ausência de pessoas
Pela carência ou peso que soa
Mas minha (in)capacidade
(Ou seria opacidade?)
Dificuldade de auto-aceitação
Na igualdade ou diferença da ação
De uma voz que cala
Quando a alma fala
De uma lagrima que grita
Quando a palavra rima
No querer um aperto de mão
Sem saber lidar com o não
De amar o mundo
Num alarmar profundo
Que querendo tudo, se isola
Num rogar despretensioso para ver se cola
Um olhar externo que desnude
Ao provocar o pensamento interno que mude
Que deixe de esperar
Que me obrigue a parar
Saindo deste ciclo
De imaginar que reciclo
E me torno um novo ser
Transformo esse estranho viver
Numa arte agora compartilhada
De uma parte outrora trilhada