sexta-feira, 7 de julho de 2017

Necessidades Especiais



Recentemente, ouvi a notícia: "Criança no RJ é baleada e ficará paraplégica". Não há dúvidas, que é um fato muito triste. No entanto, o que sucedeu posteriormente, me abalou ainda mais. Alguém disse: "Que Deus tenha
piedade e a leve embora".
Como assim? Desejar que uma criança morra porque ela não terá as mesmas condições que uma andante (como os cadeirantes costumam chamar)? E essa vontade é "boa" para quem? Certamente, os pais não concordariam com isso...
Poderia citar inúmeros casos de crianças que transformaram a humanidade, apesar das suas limitações. Mas para não me estender, vou pontuar um exemplo: Helen Keller.
Uma criança norte americana que viveu entre o final do século XIX e início do século XX, que tinha deficiência visual e auditiva, mas que superou suas limitações e aprendeu a falar. Foi uma grande defensora e precursora dos direitos femininos e das pessoas com necessidades especiais. Escreveu vários livros e deu várias palestras, que certamente, modificaram milhares de pessoas que a leram ou ouviram.
Mas o que realmente me incomoda em tudo isso, é que vivemos um período que é mais fácil "matar" o diferente do que ter que lidar com ele. Ao invés de pensarmos em uma sociedade que seja acessível e garanta o ir e vir de todos, se tornou mais fácil excluir aqueles que não atendem as convenções e ideais...
E nessas exclusões estão muitos, e inclusive, eu mesmo me incluo entre elas por nunca pensar de acordo com o que é esperado.
Mas podemos citar sem qualquer politicagem (até porque sou apartidário, uma vez que o país não tem partidos, mas uma organização criminosa generalizada): os negros, homossexuais, mulheres, religiões, portadores de necessidades especiais (e neles incluo aqueles com limitações temporárias ou pontuais: idosos, gestantes, obesos...).
As famosas "minorias", que na verdade, juntas, seriam maioria, se não defendessem só as suas causas, como se as outras não importassem ou misturassem suas lutas com partidos e bandeiras diversas.
Não é pela cor, pelo sexo ou pelas condições físicas e ideológicas que deveria ser a luta, mas por reconceituar o ser humano, que está além disso tudo e assim, recriar uma sociedade sustentável, no qual o coletivo, se sobressaia ao individual.
O problema não são os diferentes. O problema é a indiferença epidêmica.
Deus, tenha "piedade" de nós e deixe a criança viver. Quem sabe com ela, viva o futuro.

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