terça-feira, 8 de julho de 2014
A roupa da vida
Vestidos por um nome, por uma idade, por uma profissão
Velamos a alma com um corpo
Assumimos as aparências como necessidades
Sofremos por qualquer rasgo que ameace a integridade deste frágil tecido que entorpece a razão
Até que um dia, a noite dispa a consciência e nos encontremos diante de nós mesmos
Revelando a alma, adormecendo o corpo
Neste dia, perdemos um nome, mas não a nossa individualidade
Não contamos mais a idade, porque tudo é eterno
Embora ainda trabalhemos, não para construir pelo fazer, mas transformar pelo simples ato de ser
A mortalidade das situações dá lugar a imortalidade de aprender com cada experiência
Sem a ansiedade de escolher roupas, encontramos a felicidade na natureza sob elas
Não mais estamos, agora somos... Não mais partes, mas inteiros...
Nesta plenitude de ser, a vontade de partilhar o todo, nos convida novamente a dividir
Escolhemos nova vestimenta para um novo baile da vida que começa
E com ela nos adornamos de um novo nome, uma nova idade, uma nova profissão...
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