Porque escrevo o que ninguém lê?
Talvez com medo de me perder
Esquecer a voz que em mim fala
Nessa pouca amizade que não cala
Não é por valor ou admiração
Mas ai vai a dor da libertação
De esquecer o corpo e o mundo
Abstrair deste adorno profundo
E me deixar afagar em linhas
Acalmar a idéia que desalinha
Até o desfecho de me ver só
Na deixa que fecha um verso