Há dias que ouvimos nossas incertezas
Crendo que sombras são a realidade ou a realidade é feita de sombras
Enxergamos as mãos vazias e o vazio é maior do que cabe nas mãos
Os olhos perdidos não vão além dos próprios olhos
As lágrimas ofuscam e ofuscados, nos afogam
Há dias que o passado, nos passa
Hipóteses de decisões não tomadas, tomadas em um momento de indecisão
O futuro não se propaga e paga o preço que o momento mandar
Nestes dias que a alma imerge em outonos de folhas caídas
Devemos parar para respirar e respirar até que tudo pare
Não é o mundo que está rodando
Estamos rodando no mesmo lugar
Aprisionados no vício de idéias
Viciadas em não mudar
Além de acreditar, é preciso acreditar no Além
Nem tudo que se vê, é e nem tudo que é, se vê
Há dias que precisamos nos vencer, vencer o que precisamos
Mesmo que tudo diga o contrário, nos cabe contrariar o que se diz
Sem se importar com o que vai dar,
Dando valor apenas ao que importa
E se nada disso adiantar, apenas se adiante
Nada nos cabe além de esperar e esperar com a certeza, que nunca acabará em nada