segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Bom senso


"Tudo é lícito, mas nem tudo me convém"
Começo esse texto com uma frase do grande apóstolo Paulo, ainda que não tenha nenhum cunho religioso. 
Falo de bom senso pela intolerância que vem se alastrando nas redes sociais.
Talvez antes, não fosse tão evidente. Bastava jogar o que não gostava para debaixo do tapete. No entanto, não há
mais tapete, as postagens estão explicitas na sua página e sem filtro. O que gosta e o que não gosta lado a lado.
E ainda que pudesse simplesmente ignorar, vivemos um momento, que todos precisam ter uma opinião absoluta, mesmo sendo pessoal. E mesmo quando é pessoal, alguém interpretará como absoluta.
E nisso não cabe argumentação, mas um confronto armado, insuflado de paixões. Como se questionar o que acredita,
questionasse a própria existência.
Se fulano gosta do partido ou time A e siclano do B, talvez a amizade acabe. O que são anos de amizade perto de uma ideologia?
Há quem dirá "Mas não quero uma pessoa assim perto de mim", o que é um direito. Ainda que amizade seja um dever. Uma responsabilidade sobre o sentimento algum dia cultivado. Tudo bem, exclui, bloqueia,... E ainda que diminua o que não gosta, não será capaz de evitar o que está em todo lugar.
A internet não apenas aproximou distâncias, mas colocou as diferenças para conviverem juntas. E nisso há um grande aprendizado e que não é compartilhado. Até porque poucos leem, muitos passam o olho e nisso a interpretação também é prejudicada. Todos querem falar, poucos ouvir (ou ler).
Não existe mais espaço privado, a vida se tornou pública.
E assim estamos precisando reaprender o diálogo, como quem é apresentado ao fogo. Não necessitamos mais criar a roda, mas precisamos fazer o mundo rodar.
E enquanto não entendermos que para rodar é preciso um caminho de respeito "livre", viveremos atropelando uns aos outros.

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