domingo, 14 de março de 2021

Repúdio “culposo”



Dizem que de boas intenções, o inferno está cheio. Mas no Brasil, ter más intenções concede um paraíso de impunidade.
Aqui não ter intenção é “culposo”! A culpa mesmo, quem leva é sempre a vítima, condenada sem julgamento ao inferno. O Halloween passou, mas as fogueiras continuam acesas. E séculos depois, mulheres continuam sendo queimadas, simplesmente, por serem quem são: mulheres. Nem parece termos chegado no século XXI.
No século XV, para provar a virgindade da mulher, “uma questão de honra”, essa era exposta em um tribunal, sendo examinada e desnudada em público. Uma busca pela “honra” que desonrava sua vida para sempre. O que difere de hoje?
Quando ainda é a vítima que precisa apresentar as provas? Quando quem mais precisa de defesa do Estado é quem mais precisa se defender contra Ele?
Tendo sua intimidade devassada duas vezes: pelo abusador e pela Justiça (cega).
Não sou jurista e nem advogado, mas a lei que defendo é a empatia! Quantas revisões do Código Penal precisaremos para que vença a Humanidade (essa sim, com H maiúsculo)?
Não há estupro culposo como a Inquisição nunca foi “Santa”.
<Fernando Paz>

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